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Filme da vez: Má Educação (2019)

Um filme que transcende sua função documental ao montar um retrato interessante sobre o sociopatia
                                                                                                                  
Nota IMDb: 7,1 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Bad Education
Ano de Lançamento: 2019
Diretor: Cory Finley
Estrelas:  Hugh Jackman, Ray Romano, Welker White 
Sinopse: Má Educação se passa em Long Island, 2002. Frank Tassone (Hugh Jackman) trabalha como superintendente de um colégio, gozando de imenso prestígio junto aos professores, pais e alunos. Um dia, ao ser entrevistado pela adolescente Rachel (Geraldine Viswanathan) para o jornal do colégio, ele a incentiva a sempre inserir sua assinatura própria em qualquer matéria que faça, por menor que seja. Inspirada pela conversa, ela resolve investigar uma custosa empreitada que está prestes a acontecer, o projeto Skywalk, e acaba descobrindo uma série de fraudes na contabilidade da escola feitas pelo próprio Frank.
Crítica: Michael

Infelizmente, aqui no Brasil, se a notícia de uma esquema de corrupção em uma escola pública que desviou milhões de reais for à tona provavelmente a maioria irá reagir com a tranquilidade de quem já está acostumado a este tipo de corrupção. Dificilmente este relato seria revisitado futuramente ou alcançaria notoriedade. Porém, nos Estados Unidos, algo assim não só ganha destaque na mídia e causa choque na população como também acaba virando roteiro de cinema digno de ser estrelado por grandes nomes da indústria.

Este filme traz então os acontecimentos que cercaram o maior escândalo de corrupção e apropriação indébita do sistema educacional norte-americano. Desencadeado pela investigação de uma própria aluna do colégio (curiosamente tendo sido motivada a se esforça no jornalismo pelo próprio líder da corrupção), este fato mostra como o diretor Frank Tassone se aproveitou de sua posição privilegiada para desviar dinheiro e montar um esquema criminoso de enriquecimento ilícito dentro da escola. Talvez o ponto mais interessante disso tudo seja a forma como a sociopatia de Frank é retratada no filme, mostrando a frieza de alguém que consegue resistir e se convencer de que está certo mesmo diante do desmoronamento de tudo em sua volta. Ainda que o final seja previsível, a jornada até lá é bastante interessante e acaba funcionando também como um estudo do comportamento humano, ou melhor, do desvio daquilo que é considerado normal.

E o grande mérito disso tudo recai sobre os ombros de Hugh Jackman. Fiquei bastante surpreso dele ter aceitado um papel tão diferente do que vimos antes em sua carreira e principalmente pelos desafios apresentados de interpretar um homossexual para alguém até pouco tempo vinculado à imagem do machão supremo Wolverine. E, ainda que pareça meio desconfortável em alguns momentos, ele se sai muito bem e entrega uma performance admirável como o sociopata diretor. Outro que aparece pouco, mas também surpreende, é Ray Romano em um papel bem diferente da sua veia mais cômica. Destaque também para Allison Janney como a cúmplice de Frank e para a jovem Geraldine Viswanathan como a estudante que conduziu a investigação e a publicou no jornal da escola.

Conforme disse antes, além do aspecto documental de relatar um dos casos mais famosos de corrupção nos Estados Unidos, este filme é um interessante retrato da sociopatia e dos extremos que uma pessoa por ela acometida pode chegar. Quem se interessar mais sobre o assunto, deixo a dica do documentário sobre Elizabeth Holmes (que comentamos neste post), uma sociopata que enganou todos no Vale do Silício durante mais de uma década. Este filme também é uma excelente oportunidade para ver Hugh Jackman explorando um papel bem diferente do que nos acostumamos e se saindo muito bem no final.

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