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Filme da vez: Magnatas do Crime (2019)

O retorno de Guy Ritchie ao gênero de gangster com um filme inteligente e divertido
                                                                                                                  
Nota IMDb: 8,0 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: The Gentlemen
Ano de Lançamento: 2019
Diretor: Guy Ritchie
Estrelas: Matthew McConaughey, Charlie Hunnam, Michelle Dockery
Sinopse: Um traficante inglês muito poderoso tenta vender seu império extremamente lucrativo para um bilionários e acaba iniciando um guerra do crime organizado.
Crítica: Michael

O diretor Guy Ritchie se notabilizou por seus filmes de "gângster de rua" que retratam os criminosos de uma maneira mais visceral e menos grandiosa do que nas obras de Coppola ou Scorcese. Porém, há alguns anos ele estava afastado desse gênero que o revelou para a sétima arte e finalmente chegou a hora dele retornar com um elenco estrelado e uma trama cheia de reviravoltas emocionantes. A diferença é que agora ele foca mais nos chefões do crime e na sua luta para ser o "leão alfa" da selva de pedras.

A trama do filme mostra um traficante americano que se estabeleceu na Inglaterra e construiu um império de venda de maconha. No entanto, com a idade mais avançada e o processo natural de se tornar um cavalheiro inglês, ele decide que vai vender seu negócio para levar uma vida mais tranquila. A partir daí, uma série de eventos acaba disparando uma verdadeira guerra do crime organizado e o roteiro explora bem isso com uma história que vai se revelando aos poucos e trazendo reviravoltas interessantes. Durante grande parte, temos os fatos sendo contados de uma perspectiva que brinca com o processo de criação de um filme e gera momentos bem únicos, ainda que isso cause bastante confusão no início da película. Mas a partir do momento que as peças do quebra-cabeças vão se encaixando, a trama fica cada vez mais atrativa e caminha para um desfecho bem satisfatório. Não faltam também momentos de tensão e algumas cenas de ação, mas sem que o foco seja perdido dos personagens e suas trajetórias. A analogia com a briga dos leões pela dominância é usada no próprio filme e funciona como o fio da meada que costura a história e motiva grande parte dos seus participantes. Existe também a ironia do título original (que em tradução livre seria "Os cavalheiros") pelo fato do filme se passar na Inglaterra e explorar esse conceito de código de etiqueta dentro do crime organizado.

Para completar temos um elenco estrelado que cai como uma luva em cada papel. No papel do traficante protagonista em busca de provar que ainda é o leão alfa, Matthey McConaughey despeja seu charme com um espectro que varia brilhantemente entre lorde inglês e matador frio e calculista. Como seu braço direito, Charlie Hunmam se destaca em um papel de criminoso com código de ética, mas pronto para agir rapidamente e fazer o que é preciso. Outro que está à vontade é Hugh Grant em um papel completamente diferente do que costuma fazer e mostrando que tem muito a oferecer além da caricata figura de galã inglês pomposo. Collin Farrel também prova mais uma vez seu talento para criar personas com uma participação pequena, mas extremamente relevante para a trama. Por fim, Jeremy Strong e Henry Golding se destacam,  o primeiro como uma espécie de hiena que joga sujo para ganhar e o segundo como um leão jovem e inconsequente que busca subir ao topo pela força bruta.

O resultado é um filme de gangster bastante inteligente, divertido e que irá prender o expectador do início ao fim, ainda que no começo ele pareça um pouco intimidante e confuso. O retorno de Guy Ritchie a este nicho é muito bem vindo e vem acompanhado de um elenco de primeira que é muito bem explorado. Sem dúvidas um filme obrigatório para os fãs do gênero.

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