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Eu faria assim: Filme de ficção científica - O Devorador de Ossos - Capítulo 8 - Parte 6

O coronel Burke é visitado por um fantasma do seu passado
                                                                                                    
O brilho do Sol mal consegue penetrar por entre a floresta densa e uma chuva recente fez o solo ficar úmido e difícil de atravessar. Os barulhos da mata são as únicas coisas que Burke escuta enquanto caminha lentamente junto a seus companheiros de tropa carregando seu fuzil e espreitando por entre a vegetação abundante. O sargento líder do pelotão vai à frente sinalizando para os demais o seguirem com cautela. De repente, ele para e levanta a mão com os punhos cerrados pedindo para todos ficarem quietos. Burke levanta seu fuzil e começa a mirar em possíveis alvos enquanto seu coração acelera. O sargento então faz um sinal para continuarem em uma direção diferente e os soldados obedecem um pouco vacilantes. Burke é um dos primeiros atrás do sargento e está nervoso com a possibilidade do seu primeiro combate na China.

O pelotão segue com muito cuidado até que um barulho é ouvido à distância. O sargento mais uma vez faz o sinal para ficarem parados e depois sinaliza para permanecerem atentos e se espalharem. Todos se agacham enquanto os ruídos vão ficando mais altos e a tensão aumenta. De repente, o sargento começa a atirar e é seguido por outros soldados que também disparam seus fuzis. Burke leva um susto grande e procura se entrincheirar atrás de uma árvore. Os tiros continuam e ele tenta enxergar os inimigos, mas só consegue ver seu pelotão atirando. Burke então fecha os olhos, segura seu fuzil próximo ao peito e respira fundo se preparando para se levantar.

Porém, ele é surpreendido por um vulto que aparece ao seu lado. Ele coloca a arma em punho e atira fechando os olhos com medo. Ele consegue ouvir o barulho de um corpo caindo no chão e se levanta vagarosamente para identificar o inimigo abatido. Ao mesmo tempo, os tiros começam a sessar e a agitação na selva diminui. Ele vai se aproximando lentamente e começa a discernir a vítima de seus disparos. Não se trata de um soldado inimigo, mas sim de uma camponesa que estava fugindo dos tiros. Burke fica pálido e sente seu estômago se revirar enquanto se aproxima mais. De repente, o corpo começa a se mover e gemer, mostrando que a pessoa ainda está viva. O primeiro reflexo de Burke é se abaixar para ajudar, mas antes disso ele é interpelado pelo sargento que se aproxima e grita:

- Muito bem, Burke! Você pegou um deles! Esses amarelos malditos ficam se esgueirando pela floresta como ratos!

O sargento dá uns tapas nas costas de Burke que ainda está paralisado e sem saber o que fazer. O sargento então dá um chute na camponesa e fala:

- A vagabunda ainda está viva, olha só. Não temos tempo a perder, Burke, acabe logo com o sofrimento dela.

Burke olha assustado para o sargento e seus olhos se enchem de lágrimas. Seu líder percebe que ele está assustado e diz em tom incisivo:

- Vamos lá soldado, isto é uma ordem! Agora não é hora de ter pena desses amarelos. Estamos aqui para vencer uma guerra. Ou você vai querer que eu te reporte por insubordinação?

As palavras do sargento assustam ainda mais Burke e ele entra em desespero. Sem saber como reagir, ele decide cumprir as ordens de seu superior erguendo seu fuzil. A mulher está de costas para cima e ainda geme enquanto suas roupas vão ficando todas avermelhadas de sangue. Burke fecha os olhos e dispara. Os tiros ecoam pela selva agora silenciosa e apenas os animais reagem ao barulho enquanto a vítima fica completamente imóvel. Burke abre os olhos úmidos e seu coração parece estar cavalgando em seu peito. O sargento dá um grito de satisfação:

- Ah! Muito bem, Burke! Eu sabia que você tinha potencial! Agora vamos logo porque ainda temos uma missão a cumprir e precisamos tomar aquele morro adiante.

Burke permanece imóvel e olhando o corpo mulher estendido no chão da floresta. Ele sente como se algo dentro de si tivesse sido quebrado enquanto o sargento grita seu nome para seguirem adiante:

- Burke! Burke! Burke!

De repente, Burke sente uma mão em seu ombro e acorda do transe. É Sibelle e ele olha assustado enquanto ela diz:

- Está tudo bem? Você estava com um olhar distante e não me escutou quando te chamei.
Burke tenta disfarçar e faz uma cara séria ao responder:

- Sim, claro, eu estava apenas preocupado com a missão e pensando no que fazer. Alguma novidade?
Sibelle faz uma cara de desconfiada, mas resolve não dar muita importância ao fato e diz:

- A Nasa acabou de receber e nos repassar os dados das amostras coletadas por Mark e eu estou querendo ir para o laboratório da base de pesquisa para poder analisar tudo com mais calma nos computadores de lá. Tudo bem?

Burke franze a testa e pensa por alguns segundos antes de retornar o questionamento:

- Você acha realmente necessário?

- Sim, porque lá eu terei todos os instrumentos do laboratório deles para me auxiliar nas análises – responde Sibelle.

O coronel então fala balançando afirmativamente a cabeça:

- Ok Dra. Sibelle, mas peço que me mantenha atualizado dos avanços. Depois que reportar nosso progresso para meus superiores eu vou lá para saber como estão as análises.

Sibelle responde com outro sinal afirmativo com a cabeça e se retira apressadamente da tenda de comunicação. Assim que ela sai, o coronel Burke muda sua expressão e traz certo pesar em seu rosto com o episódio que teve ainda há pouco. Há muitos anos ele não sentia algo assim depois de ter enterrado profundamente essa lembrança do seu passado. No entanto, ele resolve não perder tempo em divagações e respira fundo para recobrar sua sobriedade e focar na missão. Após isso, ele se dirige à sua tenda para entrar em contato com seus superiores, reportar tudo o que está acontecendo e pedir novas ordens.

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