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Filme da vez: Alita - Anjo de Combate (2019)

Um espetáculo de efeitos que vai além disso ao entregar um universo vibrante habitado por personagens interessantes
                                                                                                        
Nota IMDb: 7,6 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Alita: Battle Angel
Ano de Lançamento: 2019
Diretor:  Robert Rodriguez
Estrelas:    Rosa Salazar, Christoph Waltz, Jennifer Connelly 
Sinopse: Uma ciborgue é descoberta por um cientista e não tem memórias de sua criação, mas possui grande conhecimento de artes marciais. Enquanto busca informações sobre seu passado,  ela trabalha como caçadora de recompensas e descobre um interesse amoroso.
Crítica: Michael

O grande diretor James Cameron é conhecido por seus projetos demorados, mas talvez a adaptação do mangá Alita tenha sido um dos que mais custaram a chegar ao cinema. Ele comprou os direitos para o filme há quase vinte anos atrás, mas como acabou priorizando seu "projeto Avatar", no fim coube ao diretor Robert Rodrigues a tarefa de finalmente concluir essa saga enquanto Cameron atua apenas como produtor. No final das constas, a demora acabou ajudando pelo fato da tecnologia ter evoluído e o resultado é um filme visualmente fantástico que também traz uma história boa e algumas reflexões filosóficas.

O roteiro traz um futuro onde uma grande guerra deixou apenas uma civilização humana de pé e onde existe uma forte divisão entre classes sociais (os ricos vivem em uma cidade nas nuvens e os pobres os servem na superfície). Neste cenário, um cientista descobre uma ciborgue abandonada que não possui memória sobre seu passado. Logo fica claro que ela é especial e partes do seu passado vão emergindo ao mesmo tempo em que ela precisa lidar com ameaças e novas emoções que são despertadas.

O universo criado é bastante rico e cheio de críticas sociais e questões filosóficas. Visualmente o filme faz um excelente papel em transpor essas ideias para a telona e Robert Rodrigues consegue entregar um mundo vivo e habitado por personagens interessantes. O problema é o fato de que o filme passa muitas informações (pelo que entendi, ele retrata os quatro primeiros volumes do mangá) e isso acaba afetando um pouco o andamento da história que fica corrido e sem tempo de desenvolver melhor alguns personagens e temas. Para piorar, o filme é claramente a primeira parte de uma franquia e o fato da história não ter uma conclusão pode decepcionar alguns espectadores.

Ainda assim, no que se propõe a fazer o filme é bem sucedido. As cenas de ação são muito bem montadas e coreografadas. Os efeitos especiais são de primeira linha e mostram grande esforço e paixão pelo material original. A única escolha que me pareceu estranha foi sobre a forma de retratar Alita com olhos grandes. Tudo bem que existe uma questão de tentar homenagear o mangá, mas o fato dela ser a única personagem com esse traço e não existir nenhuma justificativa lógica para isso me faz questionar se realmente foi uma decisão acertada, principalmente considerando que mais uma vez temos uma "ocidentalização" do material. Outro ponto negativo em termos visuais é o 3D. Considerando o nome de James Cameron à bordo e o fato do filme ter sido realmente filmado em 3D, eu esperava bem mais efeitos e algo do nível de Avatar, mas infelizmente não foi bem assim, com exceção de raros momentos.

Seria uma injustiça não destacar também a interpretação tão marcante de Rosa Salazar como Alita. Ela se entrega complemente ao papel e se sai muito bem inclusive nas partes mais físicas. A captura de expressões também permitiu que ela entregasse uma performance dramática excelente e talvez demonstrando de uma vez por todas que os efeitos digitais evoluíram ao ponto de finalmente igualar uma captura com uma interpretação convencional. Outro destaque é de Christoph Waltz como o pai de Alita, mas que infelizmente não recebe mais tempo devido à trama extremamente convoluta. Foi bom também ver Jennifer Connelly ter uma chance para mostrar seu talento em um filme de destaque.

De fato estamos diante de um filme que foi feito para agradar não só os fãs do mangá, mas também um público mais amplo e que gosta de ficção e ação. Somente pelos efeitos e cenas de ação o filme já valeria o ingresso, mas a história interessante e seus personagens acabam elevando bastante a experiência e construindo um universo vibrante. Resta saber se a recepção do público será positiva o suficiente para termos uma continuação e quem sabe um desfecho para a história do anjo de combate.

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