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Jogo da vez: Tom Clancy's The Division (PC)

Um excelente RPG de tiro com uma tonelada de conteúdo, mas que só atinge seu potencial completo ao ser jogado com amigos
                                                           
Plataforma: PC
Metascore: 79 (User Score: 6.0) - Até o dia da postagem


Tudo começou em uma mesa de restaurante onde eu e dois amigos escolhíamos um jogo para podermos jogar juntos online. Pode parecer letra de música, mas foi assim que finalmente entrei para o mundo do The Division. Lançado em 2016 e cercado por algumas polêmicas (a velha estratégia da Ubisoft de revelar seus jogos com gráficos inacreditáveis e depois lançá-los com a metade dos detalhes), este jogo mistura elementos de tiro em terceira-pessoa e RPG de uma forma bem interessante em uma fórmula que, apesar de repetitiva, pode ser bastante eficaz e extremamente divertida para se jogar com amigos.

O jogo mostra um apocalipse causado por uma infecção viral e se situa  na cidade de Nova York durante o inverno. Em meio ao caos e com a vida civilizada à beira do fim, um grupo de elite é chamado para ajudar a combater os criminosos que se aproveitaram dessa situação e para restaurar a ordem. Dentro desse cenário, você precisa ir evoluindo seu personagem (passando de nível) para liberar novas habilidades e também melhorando os equipamentos (o bom e velho 'loot'). A jogabilidade é a clássica de jogos de tiro em terceira pessoa baseados em cobertura (tipo Gears of War) e a estrutura das missões é praticamente a mesma: mate os caras maus e depois o chefe deles, com algumas variações nas missões principais.

Em termos de personagem, apesar do visual poder ser bastante customizável, o curioso é que as habilidades são iguais e, ao atingir o nível máximo (30), todos terão as mesmas características. A questão das "builds" estará na escolha de qual equipamento você irá usar e de quais habilidades equipará. O bom disso é que não existe a necessidade de você jogar tudo com personagens diferentes para experimentar o que o jogo tem a oferecer. Basta trocar de equipamentos e reconfigurar as extensões e habilidades. Isso fica ainda mais evidente quando se olha para os equipamentos "verdes" e que trazem vários 'item sets' para montar personagens com características diferentes. Sem dúvidas este é um ponto extremamente positivo do jogo e permite que você mude de ideia e não precise ter medo de seguir um caminho errado. A dica que deixo é só manter sempre um estoque de itens bons para permitir essa flexibilidade e também fazer uso da funcionalidade de composições para poder trocar de build com apenas um clique.

Outro ponto fundamental deste jogo é o seu aspecto multijogador. Ainda que o jogo possa ser jogado sozinho, só será possível extrair o máximo do jogo e da sua diversão planejada ao se jogar online, de preferência com um grupo de amigos, sendo que o jogo permite até quatro pessoas em um grupo. O sacrifício feito para isso fica na já mencionada repetitividade do jogo, pois tudo teve que ser planejado de forma a permitir que seus amigos possam se juntar a você a qualquer momento. Os benefícios, porém, superam bastante isso e será possível experimentar muitos momentos bem emocionantes e engraçados onde o espírito de equipe deve imperar para que o sucesso seja alcançado. É importante lembrar que um time bem sucedido precisa ter membros com características distintas (como em qualquer RPG que se preze): um para dar suporte, outro para atacar de perto, outro para atacar de longe, etc. Também vale destacar que, apesar de estarmos falando de um jogo de 2016, a comunidade ainda está ativa e não é difícil achar outros jogadores online. Outra dica importante: lembre-se de poupar seus créditos Fênix e também suas "tecnologias da Division", que são elementos necessários para melhorar as armas e equipamentos, pois eles são bem escassos. Uma forma de "farmar" eles é conquistar os brasões, pois cada um dará 2000 créditos Fênix e 500 de tecnologia.

Além das missões principais e secundárias que servem basicamente para te levar ao nível 30 e liberar todas as habilidades, o jogo também disponibiliza outras formas de gastar o tempo, principalmente ao chegar no "end game". A impressão que tive é que o jogo começou verdadeiramente depois que cheguei no nível 30. Para quem comprar a versão completa "Gold" (que hoje em dia aparece por menos de R$50,00 em promoções na Uplay), terá vários outros modos de jogo para experimentar:

1) As quatro incursões que se abrem depois do final: são missões bastante difíceis, mas divertidas e diferentes;

2) A nova área de West Side Piers com novas missões e também as Insurreições (ondas de inimigos);

3) A expansão "O Subterrâneo": série de missões em áreas novas de subterrâneo com novos tipos de interação com o ambiente e também inimigos mais desafiadores (os caçadores);

4) Tarefas diárias e semanais: basta olhar no seu mapa para ver as tarefas diárias e semanais que dão boas recompensas. Como alguns diários são bem fáceis, vale à pena sempre conferir;

5) A última resistência: modo exclusivamente multiplayer onde é possível combater NPCs e outros jogadores para cumprir objetivos de grupo;

6) Sobrevivência: modo exclusivamente multiplayer onde o jogador precisa "começar do zero" e sobreviver com o mínimo de equipamentos, quase num estilo "survival horror";

7) A zona cega: esta é a área PvP livre do jogo, quase um experimento social onde você interage com qualquer outro player que esteja online. Aqui é o lugar para procurar os melhores itens, mas o ideal é ir sempre em grupo, pois os itens estão "contaminados" e é preciso extraí-los antes deles serem seus definitivamente. Este processo é complicado e alerta todos os jogadores e inimigos próximos, ou seja, não faltarão jogadores mal intencionados para tentar roubar seus itens preciosos;

8) Eventos globais: periodicamente a Ubisoft disponibiliza eventos globais que  criam novos desafios, novos itens e aumentam bastante a chance de itens raros. Fique ligado no calendário deles pra saber o que está acontecendo.

Em termos de gráficos, apesar do jogo não ser tudo o que foi prometido, os visuais são belíssimos e, com o hardware adequado, irá gerar momentos de cair o queixo. Sobre isso, deixo uma dica: se você estiver experimentando problemas de travamento com DirectX 12, mude para o DirectX 11 nas opções gráficas que isso deverá resolver. Os efeitos sonoros e músicas também são de primeira e, apesar de não gostar de jogar em PT-BR, confesso que fiquei bastante satisfeito com a dublagem (com direito a momentos épicos de xingamentos) e as traduções.

Considerando a quantidade de conteúdo disponível pelo seu preço atual, é quase impossível não recomendar este jogo para quem gosta de RPGs e também curte o estilo de tiro em terceira-pessoa. Existe um pouco de tudo para agradar a maioria e isso demandará bastante tempo, mas sempre com um nível adequado de desafio, recompensas e diversão, principalmente para quem conseguir jogar com amigos desde o início.

Para finalizar, deixo o trailer do jogo e também o da sua continuação, prevista para ser lançada em março de 2019.





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