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Filme da vez: O Homem que Viu o Infinito (2016)

Um filme sobre teologia ou sobre matemática? Confira na nossa análise a seguir!
                                                                                                                                          
Nota imdb: 7,3 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: The Man Who Knew Infinity
Ano de Lançamento: 2016
Diretor: Matt Brown
Estrelas:  Dev Patel, Jeremy Irons, Toby Jones
Sinopse: Uma verdadeira história de amizade que mudou a matemática para sempre. Em 1913, Ramanujan, um gênio da matemática autodidata da Índia viaja para a o Colégio Trinity, na Universidade de Cambridge, onde ele se aproxima do seu mentor, o excêntrico professor GH Hardy, e luta para mostrar ao mundo a brilhantia de sua mente.


Você já parou para pensar como funciona a mente dos grandes gênios? Como será que eles conseguem criar coisas tão impressionantes? Este filme é mais um que tenta explicar este mistério, mas a forma que ele escolhe para fazer isso não irá agradar aqueles que acreditam apenas no que a ciência pode explicar. Ainda assim, para os que compartilham da sua mensagem de fé e também para aqueles que desconhecem este capítulo tão importante da história da matemática, é uma ótima oportunidade.

O filme é baseado na biografia do matemático indiano Srinivasa Ramanujan, um autodidata que surgiu do nada e revolucionou o mundo da matemática no início do século XX com suas teorias de séries infinitas, frações continuadas e de primos. Acompanhamos suas origens humildes e sua luta para tentar que seu trabalho fosse divulgado e reconhecido. Além de precisar superar as limitações impostas por sua cultura, ele também teve que batalhar contra o preconceito da "aristocracia matemática" da época, centrada na Europa. Ao viajar para a Inglaterra a pedido do professor GH Hardy, ele teve que se submeter aos preceitos rígidos e à falta de fé do seu mentor enquanto precisou perseverar para se manter fiel aos seus costumes e crenças pessoais que o definiam.

Desde o começo fica evidente que o filme não foca na parte científica envolvida, talvez por um medo compreensível de alienar os espectadores. Ainda que isso não diminua o significado das conquistas demonstradas, a forma religiosa com a qual o talento de Ramanujam é explicado irá incomodar os mais céticos. No entanto, ao meu ver, o filme é fiel às explicações dados pelo próprio matemático que, em uma de suas célebres frases, disse que "uma equação não possui significado para mim ao menos que ela expresse um pensamento de Deus". Isso é acentuado ainda mais através do relacionamento dele com seu mentor declaradamente ateu, GH Hardy. A constante exigência de provas concretas em detrimento de novas teorias ressalta esse conflito. O filme explora bem essas questões com produção de alto nível, tanto em termos de figurinos quanto em trilha sonora. Ele é o tipo de filme que parece ter sido feito para ganhar Oscars, ainda que duvide que isso vá acontecer devido à sua excessiva concessão aos clichês do gênero e pela falta de uma personalidade própria e de mais ousadia.

O rosto indiano preferido de Hollywood, Dev Patel, é o encarregado de interpretar o protagonista em toda o seu calvário matemático e humano. Ele faz isso de forma comovente e mostra mais uma vez ser perfeito para este tipo de papel, ainda que não convença tanto na parte mais "romântica" da trama. O destaque mesmo vai para Jeremy Irons no papel de professor Hardy, um homem frio e incrédulo que se vê em uma trajetória de colisão com uma mente claramente iluminada por algo superior. o que o faz questionar suas próprias convicções.

Confesso que, apesar de ter estudado uma cota razoável de matemática durante meu curso de Engenharia, não conhecia o nome nem a história de Ramanujan. Neste sentido, o filme foi excelente ao demonstrar de forma tão competente a trajetória deste homem que é reverenciado pela ciência e comparado a figuras como Mozart e Picasso. Além disso, a película traz ótimas lições de perseverança e superação retratadas com uma mensagem de fé que comprova que até mesmo na matemática, uma ciência através da qual o ser humano tenta descrever o mundo de forma lógica, há espaço para coisas cercadas de fatores intangíveis.

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