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Filme da vez:Winter on Fire: Ukraine's Fight for Freedom(2015)

Controverso, pungente e visceral, no documentário sobre a revolução ucraniana temos uma estranha sensação: é parte da História em movimento na tela.

História tem gosto às vezes de lágrimas

Indicado ao Oscar de Melhor Documentário, o filme Winter on Fire, que está disponível no NetFlix, é como um primo mais novo de outro documentário igualmente forte e polêmico: The Square, o qual também está disponível no NetFlix e foi indicado ao Oscar pela mesma categoria.

Antes, um pouco de contexto. A Ucrânia sempre foi uma espécie de Estado que tem o pé no Oriente(Rússia) e a Europa. Com o colapso do Império Soviético e dada a importância daquele país, foram tomadas decisões lentas de separação e decisão de um futuro independente. O arsenal nuclear presente foi devolvido e parte dos blindados ficou no país, assim como as numerosas fábricas bélicas e parte da fronta russa no mar negro. A promessa da Rússia era de que tudo ia ser diferente daqui para a frente, havendo entre as duas nações uma relação mais horizontal. Já a Europa acenava por um mundo novo de liberdade e leis claras. E prosperidade econômica por meio de um comércio facilitado. Conta a lenda que tudo ia bem até o problema da Guerra da Iugoslávia, com o bombardeio de Belgrado. Ali, segundo o lado russo, foi visto como a Otan e o seus aliados poderiam sim atacar um quintal russo. Muitos sinalizavam que a partir desse evento a Guerra Fria voltaria a ser um preocupação de todos.

É nesse contexto que a Ucrânia tinha rejeitado, em uma eleição fraudulenta, um candidato pró-Rússia, sentimento que iniciou a Revolução Laranja. Depois de desventuras da jovem democracia, o mesmo candidato rejeitado volta em 2010 e é eleito, mas  tem uma série de problemas, principalmente econômicos. Nesse contexto o país recebe o convite de se integrar à União Européia. Em 2013, depois de longas negociações, o presidente torna pública a intenção de recusar o convite e firmar acordos com a Rússia. Isso em novembro de 2013 e ratificado por parte do parlamento. O sentimento de traição serveria como gasolina para os eventos posteriores.

Naturalmente um evento complexo como aquele dificilmente pode ser resumido a um conjunto de entrevistas e filmagens dos eventos. Ainda mais com algo que ainda iria render uma série de eventos sangrentos para aquele país. Mesmo assim, ainda que não siga a boa prática jornalistica de ir atrás da versão dos dois lados, ou mesmo uma visão crítica daqueles que queriam uma mudança de governo/postura, são válidas e importantes as impressões de dias tão importantes de uma revolução que ainda está definindo muita coisa no mundo. Até por respeito a tantas pessoas que morreram acreditando no simples direito de decidir um futuro melhor.

A edição, o material reunido, as entrevistas e principalmente o peso da série de fatos históricos fazem desse filme como um material essencial para compreensão do mundo atual. Porém, é importante avisar que é um filme que tem imagens e depoimentos que podem ser fortes demais para algumas pessoas. Mesmo assim é didático de como uma população desiludida com seus governantes e um governo desesperado em se manter no poder pode ir muito mais longe que o bom senso recomendaria.

Como bônus do filme, recomendaria uma série de reportagens que mostra com mais calma e de forma mais rica os eventos comentados. A primeira série de reportagens que vi no YouTube sobre o assunto foi no canal de notícias Vice News com a série Ukraine Rising(que teve o primeiro publicado dia 16 de dezembro, mas as imagens começam a partir do dia 3 de dezembro, dia que houve o voto de desconfiança frente o presidente) e depois Ukraine Burning.

E falando em consequências:
 1)A estranha situação do Egito leva a uma criança de 4 anos a ser acusada por uma série de crimes quando ela tinha apenas um ano.
 2)A Ucrânia enfrentaria uma guerra civil com a interferência da Rússia e depois indiretamente da Otan. A escalada da série de acontecimentos pode ser vista aqui(até agora a série de 111 capítulos além de pequenos episódios) 
 3)Anos mais tarde, uma série de países se perguntam se vale a pena continuarem na União Europeia(que é diferente de estar sobre a proteção da Otan).


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