Curta letragem: 1 - A vida no limite

Aprendi com meu pai a gostar de assistir à Formula 1 nos tempos do nosso eterno Ayrton Senna. A sua trágica morte em um acidente durante o Grande Prêmio de Imola em 1994 marcou não só a minha infância como também a história do país. Desde aquele fim de semana trágico (com duas mortes), nenhum outro piloto morreu na Formula 1. No entanto, eu não tinha noção do quanto os acidentes fatais eram comuns e até rotineiros no esporte, principalmente nas décadas de 60 e 70.

Foi através do documentário intitulado 1 - A vida no limite (veja no IMDB aqui) que descobri o passado mórbido do esporte e todo o lento processo de evolução na segurança que, acelerado após a morte de Senna, conseguiu erradicar as mortes da categoria. Apesar de ter uma edição meio confusa, o documentário reúne imagens de arquivo e entrevistas com os principais pilotos e dirigentes da categoria, do passado e do presente, e vai montando um quebra-cabeça que mostra grande parte da história desta categoria emocionante que representa o pináculo da tecnologia automobilística, desde seus tempos de puro amadorismo até os eventos milionários e super planejados da atualidade.

Além de trazer as grandes tragédias da F1 e a sua repercussão em termos de medidas de segurança, o documentário retrata também algumas das rivalidades históricas das décadas de 60 e 70, como Graham Hill versus Jim Clark e Niki Lauda versus James Hunt (esta última muito bem explorada no recente blockbuster Rush). Como outro ponto negativo eu registraria a apagada narração de Michael Fassbender no áudio original. De qualquer forma, para os fãs da categoria, é um material obrigatório e, em alguns momentos, chocante ao mostrar o imenso risco corrido pelos corajosos pioneiros da Formula 1.