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Filme da vez: Gravidade


Nota imdb (até o dia da postagem): 8,7 (http://www.imdb.com/title/tt1454468/)
Título original: Gravity
Ano de Lançamento: 2013
Diretor: Alfonso Cuarón
Estrelas: Sandra Bullock, George Clooney, Ed Harris
Sinopse: Matt Kowalski (George Clooney) é um astronauta experiente que está em missão de conserto ao telescópio Hubble juntamente com a doutora Ryan Stone (Sandra Bullock). Ambos são surpreendidos por uma chuva de destroços decorrente da destruição de um satélite por um míssil russo, que faz com que sejam jogados no espaço sideral. Sem qualquer apoio da base terrestre da NASA, eles precisam encontrar um meio de sobreviver em meio a um ambiente completamente inóspito para a vida humana.

Quando assisto a um filme pela primeira vez, tento desconsiderar tudo o que vi antes através de trailers, críticas ou conversas com colegas. Faço isso porque, na minha opinião, duas pessoas teoricamente parecidas podem ter experiências completamente diferentes com um mesmo filme. Essa é uma das coisas que me faz questionar a utilidade de uma crítica de filme e o motivo para afirmar que tudo o que digo é baseado na minha opinião pessoal. Por isso nunca dou "nota" no final do post. Considerando isso, fui assistir ao filme Gravidade tentando livrar minha mente de toda a expectativa criada pela recepção quase unânime da crítica e público. Neste caso, posso dizer que não saí decepcionado.

A história acompanha a batalha por sobrevivência de astronautas que são vítimas de um desastre enquanto orbitam a Terra em uma missão de rotina. Apesar da capa de ficção científica, vejo o filme como uma mistura de drama com thriller, uma jornada emocionante onde o espaço é o pano de fundo para a luta pela vida. O foco não é a ciência nem os efeitos especiais, mas sim o desespero de se estar à merce na imensidão do espaço e a capacidade do ser humano em usar sua inteligência para superar as limitações de um ambiente inóspito. Eu diria que este filme pode ser visto como um "Náufrago no espaço sem o Wilson", em analogia ao famoso filme de Tom Hanks. Ao meu ver, diferentemente do filme na ilha, é no roteiro que estão os pontos negativos desta película. A forma como a história se desenrola com "eventos catastróficos sincronizados", utilizados para aumentar o drama e a tensão, me pareceu forçada e tirou um pouco da credibilidade, mas nada que comprometa o resultado final.

Os efeitos especiais são fantásticos e servem perfeitamente ao propósito sem roubar a atenção. Destaque para o 3D que traz profundidade e intensifica a tensão nos momentos de "primeira pessoa" nos quais o diretor nos coloca nos olhos da protagonista e quase nos faz sentir o frio do espaço. Saí do filme me perguntando como conseguiram reproduzir em estúdio com tamanha maestria a falta de gravidade, mas isso é algo que os extras do bluray irão me responder.

As atuações dos protagonistas são perfeitas, com destaque para a interpretação digna de Oscar de Sandra Bullock. A atriz se entregou completamente para o papel e mostrou mais uma vez seu talento com uma carga de emoção fantástica. Isso sem falar da sua exuberante forma física de dar inveja a qualquer atleta. George Clooney também deixa sua marca com uma interpretação convincente e facilitada pela compatibilidade do personagem com seu "jeito galã". Destaque também para a participação de Ed Harris, que empresta somente sua voz para mais uma vez interpretar o "lado Houston" da equação espacial (quem se lembra de Apollo 13?).

A trilha sonora do filme é magistral e se intensifica nos momentos de tensão ou contemplação, possibilitando a montagem de uma atmosfera que nos transporta para aquele lugar.

Na minha opinião, estamos diante de um grande candidato a "papa-Oscars". A direção de Alfonso Cuarón é quase irretocável e o filme me prendeu desde os primeiros instantes e fez com que eu me importasse e torcesse pelos protagonistas, algo difícil de se conseguir. O filme mostra o contraste entre a beleza da imensidão do espaço e os perigos deste ambiente inóspito para a raça humana. Os momentos de contemplação são carregados de emoção e beleza artística dignos de uma obra-prima. Se com a franquia Alien aprendi que "no espaço, ninguém pode ouvir você gritar", com este filme eu percebi que não adianta gritar nem chorar quando você está sozinho vagando na imensidão vazia do universo.


3 comentários:

  1. Realmente percebi várias referencias ao clássico Alien. Há uma homenagem na posição fetal da protagonista. No mais, concordo totalmente com o co-editor! :P

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  2. Concordo com a resenha, tanto nos elogios quanto nas críticas. Parabéns!

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    1. Muito obrigado pelo comentário, fique à vontade sempre que quiser!

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