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Filme da vez: The Mauritanian (2021)

Um drama que, apesar de burocrático, traz excelente elenco e interpretações e vem forte na briga por premiações.

                                                                                           

Nota IMDb: 7,4 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: The Mauritanian
Ano de Lançamento: 2021
Diretor: Kevin Macdonald
Estrelas:  Tahar Rahim, Jodie Foster, Bennedict Cumberbatch, Shailene Woodley
Sinopse:  The Mauritanian é a história real da luta de Slahi (Tahar Rahim) pela liberdade depois de ser detido e preso sem provas concretas pelo governo dos EUA durante anos.
Crítica: Michael

Uma das questões éticas mais complicadas no que tange a segurança nacional é se os fins justificam os meios. Após o terrível ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, os EUA começaram a chamada "Guerra ao Terror" e executaram diversas operações de investigação e repressão que levaram a muitas prisões de suspeitos de envolvimento nos ataques. A famigerada prisão de Guantánamo foi o destino da maioria desses presos por ser uma área de "jurisdição cinzenta". Porém, como já era de se esperar, muitos desses presos foram apreendidos sem provas e ficaram privados de liberdade por vários anos sem sequer uma acusação ou um julgamento digno. Este filme adapta justamente um desses casos através de um drama que, apesar de burocrático, traz excelente elenco e interpretações e vem forte na briga por premiações.

O roteiro é a adaptação de um livro bestseller escrito por Mohamedou Ould Slahi onde ele conta sua história de sofrimento na prisão de Guantánamo enquanto foi vítima de abusos por anos sem direito a um julgamento. Tudo isso pelo fato de um dos primos dele ser um dos homens fortes de Al-Qaeda e dele ter se envolvido no movimento quando jovem. Quando seu caso é pego pela advogada ativista Nancy Hollander, ele finalmente vê uma chance de lutar pela sua liberdade e tentar provar sua inocência.

O filme é um drama bem burocrático que tica todos os requisitos para ser considerado digno de Oscar e agradar a Academia. No entanto, isso não diminui o poder de sua história e o peso das questões éticas que ele levanta. Mesmo que ele poupe um pouco o governo americano e tente justificar algumas decisões tomadas talvez para não ser repudiado pelos mais patriotas, o filme não se esquiva de mostrar a verdade e os danos que foram causados. O espectador fica preso e interessado no desenrolar da trama para saber seu desfecho enquanto se liga aos seus protagonistas e suas motivações, mesmo que a tentativa de dar uma "reviravolta" na segunda metade soe um pouco forçada. Além disso, o longa tem direção precisa e produção caprichada e merece elogios pelo fato de não ter "ocidentalizado" o elenco.

Mas sem dúvidas o maior destaque do filme são as interpretações dos seus protagonistas. Destes, o que mais brilha é Tahar Rahim como Slahi em uma interpretação carrega da de emoção e que transparece a dor que o personagem sofreu, mas também traz a segurança digna de atores mais veteranos. Jodie Foster também está à vontade no papel da advogada sisuda que tenta não se envolver demais enquanto Cumberbatch faz bem o papel de militar que vive o conflito entre seus valores e seu dever. Apenas Shailene Woodley perde a chance com uma interpretação mais apagada.

Desta forma, estamos diante de um bom drama que segue bem a fórmula de outros ganhadores de prêmios do gênero e não será nenhuma surpresa (ou injustiça) se ele for indicado ou até ganhar alguns. Apesar de ser um tanto burocrático e sofrer alguns problemas de ritmo, ele é impulsionado por interpretações excelentes de seus protagonistas e por uma história verídica poderosa e comovente que levanta diversas discussões relevantes sobre temas que seguem atuais.

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