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No NetFlix: The Witcher - Primeira Temporada (2019)

Uma produção caprichada que supera expectativas e mantém a chama da fantasia medieval acessa na telinha

                                                                                                                                                                  
Nota IMDb: 8,6 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: The Witcher
Criadores:  Lauren Schmidt
Estrelas: Henry Cavill, Freya Allan, Anya Chalotra
Crítica: Michael

Apesar de ser baseada em best sellers literários do autor polonês Andrzej Sapkowski, que começou a escrever sobre o personagem em contos lançados ainda na década de oitenta, talvez a maior motivação para esta nova série do NetFlix tenha sido a extremamente bem sucedida trilogia de jogos lançados sobre o universo de 'The Witcher'. Isso fica bem claro principalmente no visual da série e  em seus personagens. De qualquer forma, o seriado consegue balancear o uso dessas duas fontes inspiradoras e criar algo bem interessante e promissor.

A trama se situa em um universo de fantasia medieval e mostra um "bruxo" chamado Geralt of Rivia que é um mutante criado para ser um exímio guerreiro e caçador de monstros. Quando seus caminhos se cruzam com o de algumas figuras marcantes como o bardo Jaskier e a maga Yennefer, ele irá confrontar suas crenças com o poder do destino que se apresenta diante dele e o aproxima de uma jovem chamada Ciri. O seriado usa de um artifício bem interessante de ter duas linhas temporais distintas que acabam se cruzando no fim: a trama de Ciri representa o "presente" e mostra ela precisando fugir de sua casa invadida e partindo em busca de Geralt. Já a trama de Geralt mostra todos os eventos passados que fizeram seu destino ser ligado ao de Ciri até o momento em que os dois se aproximam. Apesar de isso levar a alguma confusão no início, é sem dúvida algo interessante e até certo ponto inovador e também ajuda a conectar os oito episódios da primeira temporada de forma a prender o espectador e criar expectativa pelo desfecho. Vale destacar também a interessante temática que permeia a história sobre quem são realmente os monstros: nós seres humanos capazes de maldades inimagináveis ou as feras que habitam o universo da série? Geralt luta contra este conflito de forma constante e isso é muito bem inserido em sua persona, principalmente pelo fato dele ser um mutante e muitas vezes visto como monstro também. A temática de preconceito e padrões de beleza também está muito presente, principalmente no arco de Yennefer.

Em termos de produção e efeitos, o seriado até superou minhas expectativas. Ainda que eu concordasse com a afirmação de que este seria um possível substituto para 'Game of Thrones', nunca imaginei que a NetFlix conseguiria rivalizar com o nível alcançado pela HBO, mas o fato é que estamos diante de algo realmente especial. Não faltam batalhas de grande escala com inúmeros figurantes e cenários reais de cair o queixo. As lutas de espada, por exemplo, são muito superiores a tudo que foi visto no "concorrente" e uma nova referência para o gênero. E os efeitos digitais são de ótima qualidade e utilizados apenas para aumentar o escopo e trazer à vida a fantasia menos prática. Como já dito anteriormente, quem jogou a trilogia irá se sentir em casa com o visual da série, seja nos cenários ou nos personagens principais.

E a peça mais importante disso tudo é a pessoa escolhida para representar Geralt. Com clara inspiração nos jogos (principalmente no terceiro que mostra um Geralt mais experiente e ranzinza, inclusive com uma voz bem parecida com a lendária interpretação de Doug Cockle), Henry Cavill é uma agradável surpresa como o protagonista. Se para muitos era clara a sua aptidão física, para a maioria (eu incluso) ficava a pergunta se ele teria a desenvoltura necessária para dar profundidade ao personagem e felizmente ele tira tudo de letra. Sua segurança nas coreografias de luta mostram uma entrega impressionante e nos momentos de maior dramaticidade ele convence e mostra que infelizmente foi mal aproveitado no papel de "homem de aço". Outros grandes destaques que merecem nota são as desconhecidas Anya Chalotra como uma Yennefer carregada de charme e confiança (com forte carga dramática na sua história de origem) e Freya Allan como uma Ciri acertadamente vacilante e assustada diante de todas as tragédias que vivencia.

O desfecho desta primeira temporada é bastante épico, mas na verdade faz com que os primeiros oito episódios funcionem apenas como um prólogo para uma história que está começando. Isso fará os espectadores ficarem com um enorme "gostinho de quero mais" na boca e com certeza isso foi intencional. O NetFlix sabe que tem algo especial nas mãos e que se bem planejado pode render ainda muitas temporadas, principalmente porque, ao contrário de 'Game of Thrones', os livros já foram escritos e a história terminada. Sendo assim, se você é fã do gênero e estava sonhando por uma nova oportunidade para experimentar um universo de fantasia medieval em formato de seriado, sele seu cavalo e se prepare para uma longa e promissora jornada.

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