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Documentário da vez: White Light/Black Rain - The Destruction of Hiroshima and Nagasaki (2007)

Um poderoso documentário que traz uma lição dura, mas necessária
                                                         
Nota imdb: 8,4 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: : White Light/Black Rain: The Destruction of Hiroshima and Nagasaki
Ano de Lançamento: 2007
Diretor: Steven Okazaki
Sinopse: Usando extensas entrevistas com sobreviventes e filmagens de arquivo, este documentário revela as conseqüências do bombardeio atômico de Hiroshima e Nagasaki..

Com o centenário da Primeira Guerra Mundial, claro que o tema de guerra tem sido mais comentado  e outros documentários sobre o assunto estão sendo lançados ou relançados. Esta última opção foi justamente o que aconteceu com este famoso documentário de 2007 sobre os ataques atômicos a Hiroshima e Nagasaki produzido pela HBO e que foi relançado agora em alta definição. Apesar de interessado no assunto e com algum conhecimento do tema, confesso que fui pego totalmente de surpresa pelo poder do que estava sendo mostrado diante de mim e me senti quase compelido a passar adiante a chance para que todos possam aprender sobre o que realmente aconteceu e a importância de impedir que algo semelhante se repita.

Outro ponto interessante e que faz toda a diferença é o fato do diretor ser um americano descendente de japoneses, o que certamente o coloca em uma posição única para pesar os dois lados da equação. Usando imagens que foram retidas pelo governo americano por mais de quarenta e cinco anos e também uma série de entrevistas com sobreviventes e envolvidos no ataque, o documentário é dividido em três partes que mostram o antes, o durante e o depois dos dois bombardeios. A contextualização história é rápida, mas suficiente para pintar o cenário da época: um governo japonês que escondia do seu povo a derrota eminente e um governo americano que queria acabar a guerra em um golpe mortal.

Sem dúvida os relatos são emocionantes e de embrulhar o estômago. Sabemos por exemplo que em Hiroshima nenhum tipo de alerta foi soado enquanto a primeira bomba "Little Boy" foi jogada pelo B29 "Enola Gay" em uma área central da cidade, matando cerca de 140 mil pessoas na explosão atômica. Já em Nagasaki, um alerta foi soado, mas depois parou e a população voltou à sua vida normal. A bomba "Fat Boy" então foi lançada em uma comunidade católica (dá para entender a crueldade dessa escolha?) mais afastada do centro e matando mais de 70 mil pessoas no impacto. Porém, as explosões foram apenas o primeiro golpe e as cenas que transcorreram depois e o sofrimento subsequente devem ser considerados como uma das piores tragédias humanas da história moderna. O fator inédito de uma ataque nuclear pegou a medicina totalmente desprevenida e as vítimas não puderam receber tratamento adequado. Crianças e adultos pediam para morrer enquanto eram tratadas de suas queimaduras e sofriam com os sintomas da contaminação radioativa. Com tudo isso, o número de vítimas nos anos que se seguiram aumentou bastante a contagem final do ataque, isso sem falar que até hoje os sobreviventes e seus descendentes são vítimas não só das consequências em termos de saúde, mas também do preconceito de um povo que sempre os tratou como "amaldiçoados".

Diante de tudo isso, a forma simples e resignada com que as vítimas relatam suas histórias, sem rancor ou protesto, é algo digno de louvor e admiração. Fica claro que as maiores cicatrizes que eles carregam estão em sua alma e não em seus corpos deformados. Também fica evidente que o desejo de todos é que sua história sirva como exemplo para evitar que outro ataque nuclear aconteça.

Em tempos onde muitos começam a ver as guerras com certo saudosismo e romantização, é imperativo que um documentário como esse seja colocado em evidência para dissipar esses sentimentos perigosos. Por mais duras e impactantes que as imagens e depoimentos sejam, eles são uma lição necessária para que a raça humana prove que é realmente o ser mais evoluído do planeta e que esse tipo de tragédia faz parte apenas do nosso passado.


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