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Filme da Vez:O Matador(2017)

E de fato pedrinhas compram pessoas e zelam o destino de muitas. Até hoje. Entenda isso e outras histórias no filme que está sendo comentado logo abaixo.

"Carcará! Bicho sanguinolento!"



Nota IMDb: 6,3 (até o dia da postagem) (IMDb)
Ano de Lançamento: 2017
Diretor: Marcelo Galvão(mais famoso por roteiros de filmes como Lado B: Como Fazer um Longa Sem Grana no Brasil, 180o, Bellini e o Demônio, agora consolidando a experiência de diretor dessas obras nessa estréia do Brasil em filmes no NetFlix Originais)
Estrelas:   Diogo Morgado(que na verdade é português e fez sucesso relativo nos EUA, principalmente recentemente com o filme O Filho de Deus, aqui é o Cabeleira), Will Roberts(como o temível Gringo), Etienne Chicot(como Monsieur Blanchard), Thaís Cabral(como Soraia), Paulo Gorgulho(revisitando o mundo do cangaço de O Cangaceiro(1997), agora como Tenente Sobral), e outras estrelas.
Sinopse: Durante o período que marca o começo do fim do Cangaço no Nordeste, também marca um período decisivo da vida de Cabeleira, um verdadeiro carcará. Nesse filme que tenta retratar aquele período, violência e vingança são alimentadas por ódio e cobiça.


O Matador tem várias coisas curiosas que merecem nota. A primeira que muitos esquecem é que o Brasil conseguiu destaque mundial pela primeira vez no cinema moderno justamente com uma obra sobre o Cangaço, no Deus e o Diabo na Terra do Sol, lá em 1963... Com uma produção financiada pelo NetFlix, o país volta a expor parte da rica e triste história desse período.

Outra curiosidade sobre o filme foram as reações negativas sobre a violência retratada no filme. Bom, nisso o mesmo pode até ser perdoado já que se o mesmo tende a representar um período onde a lei era bruta para combater uma violência que só rivalizava com o clima, a tendência é , como tantos outros diretores estrangeiros deixaram como marca, é apenas representar e deixar mais gráfica ainda a violência da vida real. Há toda uma discursão sobre o que era fruto do clima, das circunstâncias e o abandono do povo daquela região. E isso, muito sabiamente o filme evita. E também não cai na armadilha fácil de romantizar nenhum dos dois lados que eram amplamente utilizados ao bel-prazer das elites da época, para o prejuízo da população. E por nossa parte, vamos pular a necessidade ou não de mais uma produção triste sobre o povo nordestino. 

E também escapou do retrato que tem seu lugar em filmes como Alto da Comparecida e similares, o que muitos criticam como o modo "Globo de fazer filmes".  Só que...há limitações de tempo e dinheiro que ficam evidentes. O trabalho de caracterização de vocábulo e sotaque é bem fraco. Há truques para simplificar custos e até performances bem desniveladas no filme. E isso significa que sim, há boas atuações e efeitos, mais o que realmente faz valer o filme é a história, reflexo do complexo universo do período e região.

Visto como Western, é o filme que mostra um cuidado de pesquisa e certo respeito, porém a execução pede uma segunda execução com mais orçamento e tempo.  É uma pena, já que claramente é uma obra que foi fruto de muito trabalho, porém, pensando em um padrão internacional, pode esbarrar me limitações que o grande público não perdoa. Vale ver, como diz o narrador, pelo amaldiçoado e a maldição. E a inevitável reflexão sobre nossos dias...

E por fim, quem quiser uma excelente obra sobre o período, vale MUITO MESMO ler o quadrinho Bando de Dois de Danilo Beyruth que pode ser comprado nesse link aqui.




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