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Filme da vez: Logan (2017)

Será que este é o filme de super-heróis que vai ganhar vários Oscars? Confira na nossa análise!
                                                                               
Nota imdb: 9,0 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Logan
Ano de Lançamento: 2017
Diretor: James Mangold
Estrelas:   Hugh Jackman, Patrick Stewart, Dafne Keen
Sinopse: No futuro, Wolverine começa a perder seus poderes de recuperação e o Professor Xavier sofre com a degeneração mental da velhice. Sobreviventes de um grupo extinto de X-Men, os dois precisam proteger uma jovem mutante, cuja origem está ligada à natureza de Wolverine.


Há 17 anos atrás, quando o desconhecido Hugh Jackman foi escalado para dar vida a Wolverine no primeiro filme dos X-Men, a maioria dos fãs dos quadrinhos torceu o nariz e duvidou de sua capacidade. Porém, logo em sua primeira cena, ele arrebatou público e crítica e superou as diferenças físicas que pareciam intransponíveis entre ele e o Logan da ficção. Ele protagonizou não só muitos dos filmes dos X-Men como também outros dois filmes solo do mutante. No entanto, mesmo após todas as chances e tempo dado a ele, ainda faltava uma exibição digna do legado e do carisma desse personagem. Após ver este que supostamente será o último filme de Jackman como Wolverine, fico feliz em dizer que a espera foi recompensada.

Em um futuro onde os mutantes foram caçados e praticamente dizimados, vemos um Wolverine fisicamente degradado tentando proteger seu antigo mentor Professor Xavier que se encontra senil e mentalmente debilitado. Enquanto ele busca uma forma de fugirem, é procurado por uma mulher e uma criança que precisam de ajuda e escolta até um suposto refúgio de mutantes. A trama até sugere um cenário pós-apocalíptico similar ao visto em "Dias de Um Futuro Esquecido", mas o que vemos na tela está longe disso, o que demonstra desde o início a intenção do filme de romper com a continuidade do universo e de existir em uma realidade alternativa. Essa intenção também é reforçada pelo tom e pela estética do filme que, além de tirar onda dos clichês do gênero, adota uma pegada muito mais de faroeste (tanto que o diretor está planejando uma versão preto-e-branco do filme). Por fim, a ausência de uma cena pós-créditos, apesar da incredulidade da platéia que esperançosamente aguardou até o final das letrinhas, é algo até certo ponto esperado tendo em vista o tom da película.

E se em um  passado já esquecido o Wolverine quase matou Deadpool nas telonas o transformando em um monstro mudo e que lançava raios dos olhos, foi o mercenário e o sucesso de seu recente filme para adultos que acabou dando a chance de finalmente vermos um Wolverine sem restrições nas telonas. A classificação para maiores permitiu ao diretor dar uma amostra do poder destrutivo do mutante canadense em uma infinidade de desmembramentos, decapitações e garras atravessando crânios. Tirando alguns xingamentos até certo ponto desnecessários, podemos dizer que essa liberdade foi bem utilizada e deu às excelentes cenas de ação uma veracidade e um impacto maiores. Não faltarão momentos para os fãs de Wolverine vibrarem ao ver a fera sem "coleira".

Quem já viu outros filmes de Hugh Jackman sabe de seu talento e neste filme vemos pela primeira vez ele conseguindo dar uma profundidade maior a Logan e fugir do estereótipo clichê de anti-herói. O seu conflito interior em ter que viver com seus atos e com as perdas de pessoas próximas traz uma carga dramática e uma dinâmica muito interessantes. Da mesma forma, seu relacionamento quase paterno com o Professor Xavier, interpretado por um Patrick Stewart muito mais solto e humano, funciona como um bom fechamento de arco para os dois personagens. A grande surpresa fica por conta de Dafne Keen que rouba a cena como a mutante X23 e também possui uma química fantástica com um Wolverine relutante em se apegar novamente.

O fato é que, retirando o fator mutante da equação, este filme bem que poderia se manter como um excelente drama sobre rancor e redenção. Claro que não estamos diante de um "papa Oscars" e temos alguns defeitos na trama, como por exemplo a falta de um vilão marcante. Ainda assim, fica claro que este filme assume um papel de destaque no gênero de super-heróis por sua pegada realista e excelente desenvolvimento de seus personagens que possuem uma jornada significante e que gera identificação com o público. Porém, por mais que tenha gostado do filme, espero que Hugh Jackman não caia na tentação de reprisar o papel, pois não há dúvidas de que este último capítulo de sua saga como Wolverine foi uma despedida digna de sua entrega ao papel e do significado desse personagem para os fãs dos X-Men.

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