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Eu faria assim: Filme de ficção científica - O Devorador de Ossos - Capítulo 3 - Parte 1

Os reparos na Interceptor agitam um hangar da Nasa, mas a mente de Mark está em outro lugar
                                                                                                                                                                  
O barulho e a agitação do trabalho de reparos na Interceptor contrastam com a figura estática e pensativa de Mark, que está sentado em um canto do galpão enquanto acompanha a movimentação da sua equipe. Ele olha para as pessoas que estão fazendo os consertos da nave após o último teste mal-sucedido, mas só consegue pensar em Sibelle e em tudo que aconteceu naquela noite na casa deles. Em meio ao alvoroço de pessoas, Peter Strong, o líder do projeto Explorer na Nasa, que está desenvolvendo o EM-Drive, vê que Mark está estranhamente quieto e se aproxima para interpelá-lo. Ele bota a mão no ombro de Mark e diz em tom de brincadeira:
- Terra para Mark, na escuta?
Mark leva um pequeno susto e dá um sorriso meio amarelado antes de responder:
- Opa, me desculpe chefe, estou um pouco pensativo…
Peter puxa uma caixa que está próxima e se senta ao lado de seu piloto. Depois, ele fala:
- Sem querer fazer trocadilhos, mas eu percebi que você está um pouco aéreo depois daquele último teste que deu errado.
Após perceber que nem sua piada conseguiu animar Mark, ele continua em um tom mais sério:
- Não sei se tem algo relacionado ao trauma do risco que você correu, mas se for alguma preocupação com o andamento do nosso projeto eu posso te assegurar que o acidente não comprometeu nosso cronograma, principalmente pelo fato de você ter conseguido salvar a Interceptor. Já identificamos o circuito do EM-Drive que sofreu a sobrecarga e estamos fazendo os reparos finais além de garantir que não irá acontecer novamente. Também estamos usando os dados das manobras que você fez para melhorar ainda mais a estabilidade de voo e tenho certeza de que você ficará feliz com os resultados.
Mark faz um sinal afirmativo com a cabeça e dá um suspiro antes de responder:
- Não é isso, Pete, eu sei que nosso projeto está melhor do que nunca e que estamos próximos de tornar este sonho do EM-Drive uma realidade. Mas infelizmente este sucesso não se espalhou nas outras áreas da minha vida e estou com alguns problemas em casa. Eu e Sibelle tivemos uma briga feia no dia do nosso aniversário de casamento e, logo depois que achei que tínhamos feito as pazes, ela foi chamada para uma missão misteriosa pelos militares no meio da madrugada de ontem. Não consegui falar com ela desde então e tudo que recebi de informação foi um telefonema misterioso que disse apenas que ela foi convocada para ser consultora em uma operação urgente do exército, mas não falaram onde ela está e nem quando volta.
Seu chefe faz uma cara de desconfiado e franze a testa para falar:
- Que coisa mais estranha, a Sibelle foi convocada no meio da madrugada e não deixaram nem ela ligar depois para dar notícia? Você disse que foi o pessoal do exército? Se quiser posso tentar conversar com alguns contatos no governo para tentar descobrir o que está acontecendo…
Mark coça sua barba que está por fazer e responde:
- Muito obrigado Pete, mas por enquanto não precisa. Provavelmente eu estou me preocupando à toa e não deve demorar para ela voltar. Melhor a gente focar aqui no nosso trabalho e isso pode até ajudar a me distrair dessas outras coisas. Depois desses reparos na Interceptor, quantos testes ainda precisaremos fazer?
Depois das palavras de Mark, Peter cruza os braços e faz uma cara séria e reflexiva para responder:
- Bom, você sabe que o pessoal tem o pé atrás com qualquer tecnologia nova, mas pelos meus cálculos e pelos dados que já temos eu acredito que apenas mais um teste completo e já consigo convencer meus superiores, principalmente se você aceitar ser o piloto da missão inaugural… sem querer te pressionar neste momento delicado…
Mark respira fundo e olha para baixo. Alguns segundos depois, ele retruca:
- Depois a gente conversa sobre isso, chefe, você sabe que se dependesse só de mim eu já estaria a caminho de Marte neste momento. Mas e quanto à Pioneer, já está pronta? Afinal de contas, ela é quem vai impulsionar a Interceptor e, se atrasar, nossa missão ficará comprometida...
Peter dá um sorriso e responde:
- Sim, ela já está em órbita e estamos apenas abastecendo os propulsores iônicos para fazer o último teste de queima completa. Como já dominamos essa tecnologia, nosso trabalho foi bem mais fácil. A maior dificuldade foi finalizar o sistema de acoplamento automatizado com a Interceptor. E já que estamos falando nisso, tenho uma surpresinha para você…
Mark franze a testa e balança negativamente a cabeça. Depois, ele diz:
- Ai, ai, ai, toda vez que você diz isso eu sei que vem bomba. O que foi desta vez, vetaram a minha solicitação de videogame para a viagem?
Peter ri quase que de uma maneira maquiavélica e esfrega as mãos antes de falar:
- Não, isso aí está garantido. A questão é que acabamos precisando de um sistema muito avançado para viabilizar o acoplamento com a Interceptor e o pessoal de TI teve que acelerar a implantação da inteligência artificial M.A.I.C., abreviação de Massive Artificial Inteligent Computer, no computador central da Pioneer. Mas veja pelo lado positivo, ele não só vai gerenciar todos os sistemas das duas naves quanto também poderá conversar e jogar com você durante toda a viagem.
Mark dá uma grande gargalhada e nem se assemelha àquela figura calada e cabisbaixa que começou a conversa. Após recuperar o fôlego, ele diz:
- Espere um pouco, deixa ver se eu entendi. Vou embarcar em uma viagem espacial em uma nave com um computador que controla tudo, joga e conversa comigo? Será que isso pode ficar mais clichê? Só falta vocês colocarem tudo isso num monolito no meio da nave e me darem um traje espacial de macaco!
Peter finge que está anotando e responde:
- Excelente ideia, vou passar para o pessoal da engenharia.
Os dois riem juntos e por alguns momentos Mark se esquece totalmente de suas preocupações. Depois de alguns segundos, Peter coloca novamente a mão no ombro de Mark e diz:
- Pode ficar tranquilo que vai dar tudo certo e em breve faremos nossa viagem inaugural para Marte em tempo recorde e entraremos para a história! E quanto à Sibelle, se precisar de ajuda para conseguir informações, é só falar.
Mark dá outro sorriso e balança afirmativamente a cabeça em sinal de agradecimento. Logo em seguida, Peter se levanta e caminha em direção aos trabalhadores para dar algumas ordens. Enquanto isso, Mark volta a assumir uma postura contemplativa. Apesar de estar empolgado com as perspectivas de em breve poder embarcar na sua tão sonhada missão, ele não consegue tirar Sibelle de seus pensamentos em um misto de alegria pelos últimos momentos que dividiram e de preocupação pela forma inesperada que se afastaram. Ele nem imagina os riscos que Sibelle está correndo e a influência que a missão dela terá em suas vidas.


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