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Filme da vez: Brooklyn - Sem Pai Nem Mãe (2019)

No final das contas, quem ficou "sem pai nem mãe" foi todo o talento dramático desperdiçado neste filme.
                                                                                                                  
Nota IMDb: 6,9 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Motherless Brooklyn
Ano de Lançamento: 2019
Diretor: Edward Norton
Estrelas: Edward Norton, Gugu Mbatha-Raw, Alec Baldwin
Sinopse: Lionel Essrog é um solitário detetive particular com síndrome de Tourette, o que faz com que volta e meia não tenha controle sobre o que diz. No momento ele está investigando o assassinato de seu amigo e mentor Frank Minna, mas tem poucas pistas sobre o que aconteceu. Obsessivo, Lionel passa a percorrer vários trechos da cidade em busca de respostas, até encontrar um caminho através da especulação imobiliária em vizinhanças resididas em sua maioria por pobres e negros..
Crítica: Michael

Assim como ex-jogadores podem ser excelentes técnicos, já foi provado que atores também podem ser excelentes na direção, vide Clint Eastwood e Mel Gibson, apenas para citar alguns. Talvez uma das grandes vantagens de um grande ator decidir virar diretor é que ele já possui contatos em estúdios para facilitar a produção, assim como amigos talentosos para estrelar. Porém, toda regra tem sua exceção e, apesar de Edward Norton ter uma atuação excelente como o protagonista e estar cercado de estrelas que também flanam na tela, sua segunda tentativa como diretor (sim, ele já dirigiu o razoável 'Tenha Fé' em 2000) mostra que ele ainda tem um longo caminho até alcançar sucesso atrás das câmeras.

O filme mostra Nova York nos anos 50 e um detetive com síndrome de Tourette que decide investigar o assassinato de seu amigo e mentor. A ambientação de época é excepcional e o filme tem um certo clima "noir" que combina perfeitamente com a trama de investigação. Norton faz o papel do protagonista e tem uma atuação bem convincente no que diz respeito à instabilidade de humor do seu personagem, com tiques e espasmos realistas. O seu mentor é interpretado, mesmo que brevemente, por um Bruce Willis que mostra ainda merecer algumas chances para provar seu valor e escalar do fundo do poço de filmes B em que se encontra. Do lado dos antagonistas, temos os talentosíssimos Alec Baldwin e Willian Dafoe. Ainda que o primeiro esteja bem mais caricato e quase parecendo sua interpretação de Donald Trump no SNL, o segundo está muito à vontade e continua a ticar bons papéis em sua extensa e variada carreira. Mas se o elenco é tão bom e suas atuações excelentes, qual o problema do filme?

Para começo de conversa, o tempo. Com mais de duas horas e meia de duração, a história fica inflada e com detalhes excessivos, o que acaba confundindo o espectador menos atento. Porém, o pior mesmo é o ritmo do filme. É tão emocionante como uma partida de bocha em asilo. Eu precisei de várias tentativas, perseverança e sono sob controle para conseguir chegar ao fim e não via a hora da história finalmente chegar a um desfecho. As reviravoltas não são nada surpreendentes e o final deixa bastante a desejar ao não resolver muita coisa.

Sendo assim, fica difícil recomendar este filme, a não ser para os fãs de Norton e que queiram ver sua versão de um detetive com síndrome de Tourette. Mesmo com sua atuação louvável, ele não compensa sua direção solta e parece ter se perdido com tantos atores bons em suas mãos com um filme excessivamente longo e com ritmo lento. No final das contas, quem ficou "sem pai nem mãe" foi todo o talento dramático desperdiçado neste filme.

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