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Filme da vez: Era Uma Vez em... Hollywood (2019)

Uma carta de amor para a Hollywood da década de 60 com a assinatura de Tarantino
                                                                                                            
Nota IMDb: 8,1 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Once Upon a Time... in Hollywood
Ano de Lançamento: 2019
Diretor: Quentin Tarantino
Estrelas:  Leonardo DiCaprio, Brad Pitt, Margot Robbie
Sinopse: No final da década de 1960, Hollywood começa a se transformar e o astro de TV Rick Dalton e seu dublê Cliff Booth tentam acompanhar as mudanças.
Crítica: Michael

Após uma carreira de extremo sucesso de crítica e público é apenas justo classificar Quentin Tarantino como um dos grandes diretores da atualidade e um raro representante da categoria que escreve e dirige os seus filmes. Ainda que seu estilo seja peculiar e em alguns momentos violento demais para a maioria, não há como negar seu imenso talento para construir personagens e diálogos e apresentá-los de uma forma visualmente interessante na telona. Em seu nono filme, ele continua fiel ao estilo que o consagrou, ainda que desta vez ele gaste muito mais tempo na reconstrução de uma época mágica para o cinema e na apresentação de interessantes personagens fictícios que irão cruzar com figuras reais e icônicas do período.

O filme mostra o fim da "era de ouro" da Hollywood dos anos 60 e acompanhamos o ator Rick Dalton (Leonardo Dicaprio) e seu melhor amigo e dublê Cliff Booth (Brad Pitt). Enquanto o primeiro precisa lidar com o declínio da sua carreira e se acostumar com o papel de coadjuvante, o segundo sofre pela péssima reputação que adquiriu tanto por deslizes pessoais quanto profissionais. A amizade dos dois é muito bem construída, assim como suas motivações e problemas. DiCaprio e Pitt despejam talento em cada cena, com destaque para a presença física e o charme de Pitt e para a interpretação madura e convincente de DiCaprio. Como pano de fundo de suas "aventuras", acompanhamos uma verdadeira carta de amor ao cinema e tv da década de 60, tanto em termos de cinematografia quanto em reconstrução histórica. Quem for um apreciador dessa era de Hollywood terá um prato cheio e certamente irá aproveitar bem mais a experiência proporcionada pelo filme.

Outro ponto interessante e que já foi utilizado por Tarantino em 'Bastardos Inglórios' é seu talento e coragem para mesclar a ficção com a realidade sem o medo de subverter expectativas. Neste caso, vemos a famosa atriz Sharon Tate com uma participação de destaque no filme e interpretada pela belíssima e talentosa Margot Robbie. Quem conhece um pouco da época vai lembrar do famoso caso do assassinato em 1969 desta atriz que estava despontando como um dos grandes talentos de Hollywood e estava grávida do diretor Roman Polansk quando foi brutalmente assassinada por um grupo de seguidores de Charles Manson. A performance de Margot Robbie é de encher os olhos, ainda que ela soe bastante superficial e despreocupada em muitos momentos. Mas se engana quem acha que a trama gira em torno dos fatos de seu assassinato. Apenas após duas horas de projeção é que o filme irá entrar no "modo Tarantino" e entrelaçar todas as tramas de uma maneira surpreendente, explosiva e bastante interessante.

Certamente não estamos diante do melhor filme de Tarantino, mesmo porque ele estabeleceu um padrão muito elevado durante sua carreira. Ainda assim, estamos diante de um excelente filme com diálogos de primeira, personagens interessantes e uma história que traz uma inspirada mistura entre ficção e realidade. Os admiradores desta época de Hollywood ainda possuem um atrativo a mais para conferir o filme e certamente irão saborear os momentos que para o resto podem soar como monótonos ou mero enchimento de linguiça. Apenas os fãs de Tarantino que esperam muita ação e violência podem ficar com a boca seca até a parte final do longa, mas ainda assim terão sua sede saciada com o desfecho empolgante. Com a promessa reafirmada de fazer apenas dez filmes antes de se aposentar, resta saber qual será a próxima e última contribuição deste lendário diretor para a sétima arte.

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