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Série da vez: Westworld - Segunda Temporada (2018)

A nova temporada não alivia ao confundir o espectador e nas viagens filosóficas, mas por trás disso ainda existe algo interessante
                                                                                            
Nota IMDb: 8,9 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Westworld
Ano de Lançamento: 2018
Criador:  Michael Crichton, Jonathan Nolan
Estrelas:  Evan Rachel Wood, Jeffrey Wright, Ed Harris

Após uma primeira temporada excelente (que apresentamos neste post) com ótima reação de crítica e público, este seriado voltou após um hiato de mais de um ano. Com um alto investimento da HBO que o via como um potencial substituto do gigante Game os Thrones, a série agradou, mas não atingiu a mesma legião de seguidores, talvez por conta da sua narrativa extremamente complexa com várias linhas de tempo. A má notícia é que a segunda temporada não alivia em termos de confundir o espectador e nas viagens filosóficas, mas por trás disso ainda existe algo interessante e que, se bem explorado, pode render outras temporadas.

A segunda temporada pega de onde a primeira terminou e os robôs já estão "acordados" e lutando para sobreviver e se livrar da escravidão do parque. Somos apresentados a diferentes versões do parque, como a japonesa e a africana, aumentando o escopo de personagens e de tramas a serem exploradas. No entanto, o foco continua no parque do "velho oeste", onde acompanhamos a saga da "ceifadora" Dolares para se rebelar contra a raça humana. Infelizmente, a mudança radical no comportamento desta protagonista não foi acompanhada pela atuação de Evan Rachel Wood e ela só convence mesmo nas cenas em que se comporta como uma máquina. Já James Marsden, que divide grande parte das cenas com ela, continua mostrando seu talento com uma performance muito boa.

Com o "despertar" das máquinas, uma personagem que ganhou muito destaque foi Maeve, interpretada pela talentosa Thandie Newton. Nesta temporada, ela continua sendo uma peça fundamental da trama e entrega a interpretação mais impactante e emotiva do elenco, o que sem dúvidas a colocará na lista para premiações. Outro que continua s surpreender com seu talento é Jeffrey Wright como Bernard, o que me faz imaginar por onde ele se escondeu esse tempo todo da sua carreira. Seu papel na história é um dos mais relevantes e suas cenas com Sir Anthony Hopkins são alguns dos pontos altos dessa temporada.

Em termos de arcos, ficamos sabendo mais sobre a busca de William (interpretado por Ed Harris) e sua relação conturbada com a família e o império que criou. Somos apresentados a sua filha e a relação com ela ajuda a explicar bastante suas motivações, ainda que muitas partes e detalhes permaneçam obscuros e o desfecho deixará muitos coçando a cabeça e será assunto para listas de discussão até o retorno do seriado.

Outra coisa que continua a ser bastante explorada é a questão de até que ponto as máquinas conscientes irão se tornar humanas ou se elas serão uma evolução da nossa espécie. A ideia de que nós na verdade não temos livre arbítrio e somos animais presos a seus instintos e forma de ver o mundo é algo realmente interessante, mas os roteiristas acabam viajando na maionese e complicando demais a forma de tratar esses assuntos. Muitos podem ver isso como algo bom e talvez realmente seja parte da identidade do seriado, mas com certeza é o maior obstáculo para que ele atinja um público maior e, se não for mudado, continuará agradando apenas a um nicho restrito de pessoas que curtem as reflexões filosóficas.

O fato é que esta segunda temporada gastou muito tempo para pouco progresso. A ação caiu consideravelmente e algumas coisas, como a velha dúvida de quem é humano ou não, já estão ficando manjadas. O foco na filosofia e as linhas temporais confusas não ajudaram também e os criadores precisam ter cuidado para não limitar demais o público-alvo. Com o desfecho apresentado fica difícil saber para onde o seriado vai se dirigir, mas sem dúvidas ainda existem boas oportunidades de histórias para explorar no rico universo que foi montado. Resta saber o quanto o lado do baixo retorno financeiro vai pesar e se isso gerará mudanças na direção ou até mesmo um cancelamento prematuro.

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