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Filme da vez: Noé


Nota imdb: 6,2 (até o dia da postagem): (IMDB)
Título original: Noah
Ano de Lançamento: 2014
Estrelas: Russell Crowe, Jennifer Connelly, Anthony Hopkins
Diretor: Darren Aronofsky
Sinopse: Noé (Russell Crowe) vive com a esposa Naameh (Jennifer Connelly) e os filhos Sem (Douglas Booth), Cam (Logan Lerman) e Jafé (Leo McHugh Carroll) em uma terra desolada, onde os homens perseguem e matam uns aos outros. Um dia, Noé recebe uma mensagem do Criador de que deve encontrar Matusalém (Anthony Hopkins). Durante o percurso ele acaba salvando a vida da jovem Ila (Emma Watson), que tem um ferimento grave na barriga. Ao encontrar Matusalém, Noé descobre que ele tem a tarefa de construir uma imensa arca, que abrigará os animais durante um dilúvio que acabará com a vida na Terra, de forma a que a visão do Criador possa ser, enfim, resgatada. 

Os filmes inspirados na Bíblia são escassos, principalmente quando falamos das superproduções de hollywood. Sendo assim, sempre que um grande estúdio decide financiar um projeto assim eu fico bastante ansioso. E se, pra completar, ainda temos um diretor competente e grandes atores no elenco, podemos ter certeza de que virá algo bom, certo? Errado. Mesmo tendo Darren Aronofsky na cadeira de diretor e astros como Russel Crow, Jennifer Connely e Anthony Hopkins, esta película inspirada na vida de Noé prova que sempre é possível estragar uma boa história.

Quase todos já devem ter pelo menos ouvido falar da história bíblica de Noé e do grande dilúvio, onde este homem é escolhido por Deus para construir uma arca, salvar os animais e dar prosseguimento à raça humana após a destruição de toda a face da terra trazido por Deus em forma de dilúvio. Na bíblia, é possível ler o relato de Noé no livro de Gênesis, do capítulo 5 ao capítulo 9. Eu recomendo esta leitura rápida para quem esteja pensando em assistir ao filme (pode clicar aqui para ler pela internet). Isso porque, caso não faça a leitura, você pode sair do filme achando que a decisão de salvar a raça humana não foi de Deus. Tudo bem que o relato bíblico é desprovido de alguns ingredientes dos roteiros hollywoodianos, mas na tentativa de inserir ação e profundidade emocional à trama, o diretor cometeu algumas atrocidades que poderiam ser consideradas blasfêmias. A própria ambientação do filme, em uma espécie de "passado pós-apocalíptico" me fazia esperar que a qualquer momento veria Mad Max aparecer dirigindo seu Interceptor e tentando garantir um lugar na arca. Isso sem falar do fato de termos um Noé ninja que daria inveja ao personagem de Maximus interpretado por Russel Crow no passado. Temos ainda os "anjos ents" que são a pitada final para transformar um possível épico bíblico em mais uma produção espalhafatosa e ancorada em efeitos especiais e clichês narrativos.

Os atores até que se esforçam para mudar esse quadro. Russel Crow traz um Noé vacilante e pesaroso sobre a responsabilidade que lhe foi confiada, mas no fim é nas cenas de luta que ele realmente convence. Jennifer Connelly traz alguma profundidade à esposa de Noé enquanto Anthony Hopkins aparece muito pouco e não chega a justificar a necessidade de sua presença.

Em termos de efeitos especiais, tenho que reconhecer o excelente trabalho realizado ao se retratar todo o impacto e drama de um dilúvio e da grandiosidade de uma arca que seria capaz salvar todas as espécies de animais. E aí é que destaco a grande virtude do filme: ele consegue materializar de forma convincente como seria a logística envolvida na construção da arca, alojamento dos animais e como ela conseguiria sobreviver ao grande dilúvio.

Sendo assim, desde que você já tenha lido o texto bíblico e esteja ciente das liberdades (ou libertinagens?) criativas tomadas pelo diretor, recomendo assistir ao filme para termos uma visão de como seria possível a sobrevivência dos animais e da raça humana a um grande dilúvio. No final, vou citar algo que escutei sobre o filme e que faz todo o sentido: "Em algumas partes, o filme é Noé, em outras, Não-é".

Um comentário:

  1. Ah, vale lembrar que pode haver um culpado anterior:o filme é uma transposição extremamente fiel de um quadrinho que é de justamente um dos roteirista... Mesmo assim, poderia ter sido mais inspirado...:(

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